Machado, aliado de Bolsonaro, foi preso hoje em Recife. Na última terça, o ex-ministro disse ao UOL que ficou sabendo da investigação pela imprensa e que não foi a consulado nenhum.
Cid foi alvo de um mandado de busca. Ele mora em Brasília.
O militar admitiu que solicitou cidadania portuguesa em 2023, mas que não tinha conhecimento da iniciativa de Machado. Ao STF, a defesa de Cid disse que o pedido foi em 11 de janeiro de 2023 —logo depois dos atos golpistas de 8 de janeiro. Segundo o advogado Cezar Bittencourt, o pedido foi feito “única e exclusivamente” porque a esposa e filhas de Cid já têm a cidadania.
A delação de Mauro Cid é central para a denúncia da PGR contra os acusados de tramarem um golpe de Estado para manter Bolsonaro no poder após a derrota nas eleições de 2022. O ex-presidente, Mauro Cid e mais seis aliados são acusados de cinco crimes: organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Se condenados, as penas somadas para cada um podem chegar a 46 anos de prisão.
Cid foi interrogado pelo STF nesta semana, e pontos da delação são contestados pelos demais acusados. Bolsonaro, por exemplo, declarou a Moraes que nunca editou um rascunho de decreto de golpe, como disse o tenente-coronel.
Cid já foi preso em 2023 e 2024. A primeira vez foi sob a acusação de ter fraudado o cartão de vacinação. Ele ficou preso por cinco meses, e foi solto cinco meses depois após fechar o acordo de delação premiada. A segunda foi por causa de áudios vazados de Cid, criticando o STF e a PF e dizendo que teria sido coagido em seus depoimentos. Depois de dois meses, ele foi solto e disse que as mensagens foram apenas “desabafos” e não correspondem à verdade.