Apesar da base aliada do governo no Congresso se organizar para ocupar a presidência e a relatoria da CPMI do INSS, o Palácio do Planalto insiste na tese de que a apuração no momento pode trazer prejuízos ao governo.
A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou nesta sexta-feira (16) que CPIs são prerrogativa do Legislativo e direito das minorias, mas que a prioridade do governo agora, além de punir os responsáveis, é ressarcir as pessoas roubadas e aprofundar as investigações até as origens desses crimes.
Segundo Gleisi, uma CPMI, no ambiente de exploração política em que está sendo proposta, pode comprometer o sucesso da investigação policial, que deve permanecer protegida de interferências externas e do vazamento de informações. Também pode atrasar o ressarcimento das vítimas, já que sua duração está prevista para seis meses, impactando nos procedimentos já em curso.
A mensagem foi publicada pela ministra após uma reunião do Presidente Lula com ministros para tratar do assunto.
Apesar disso, já há uma assinatura de um petista apoiando a abertura da CPMI. A assinatura foi feita nesta quinta-feira (15) pelo senador Fabiano Contarato. Na sexta, o parlamentar se justificou e divulgou uma nota explicando que apoia a criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar as fraudes no INSS porque acredita que o combate a esse tipo de crime deve ser prioridade do Congresso Nacional e dos órgãos de controle.
Contarato ressaltou que o esquema teve início em 2019, durante o governo Bolsonaro, e só foi desarticulado graças à atuação dos órgãos de controle do governo Lula, mesmo argumento utilizado por Gleisi, e encerrou dizendo que o parlamento não pode se omitir diante desses fatos e tem a responsabilidade de agir.