O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, oficializou a sua filiação ao PSD nesta sexta-feira, 9, em São Paulo, com um discurso nacional voltado às eleições presidenciais do próximo ano. O agora ex-tucano, que deixou o PSDB após 24 anos filiado, afirmou, no entanto, que qualquer decisão dependerá de uma convergência dentro do partido.
Leite assinou a sua ficha de filiação ao lado do presidente do PSD, Gilberto Kassab, e de nomes importantes do partido, entre eles o líder da bancada na Câmara Antônio Brito (BA), o vice-governador de São Paulo, Felício Ramuth, e o ex-ministro e ex-embaixador Andrea Matarazzo.
Leite iniciou seu discurso defendendo o fortalecimento da democracia por meio de uma política igualmente forte e afirmou que o PSD é hoje a legenda que, liderada por Kassab, é capaz de fazê-lo e de combater o que classificou como “polarização” ainda existente no país.
O governador gaúcho afirmou que deseja contribuir por um “longo tempo” com o Brasil e sinalizou estar disposto a uma candidatura à Presidência da República em 2026.
“E digo com muito respeito que é para pensar o Brasil, termos um projeto para o Brasil de superação da polarização que cria diferenças e que impede o Brasil de se movimentar para o futuro (…). Minha disposição de construir um projeto jamais será maior do que querer construir do jeito certo”, disse.
“Mas se entenderem que há na minha figura essa pessoa, digo que não tenho medo, e tenho vontade, tenho disposição apetite e tenho desejo de lutar contra essa polarização fratricida. Vamos brigar, sim, mas com a violência, com a inflação, com os problemas reais e não ficar criando disputas que não agregam em absolutamente nada (…). Me proponho a construir esse projeto e a liderá-lo com muita responsabilidade”, declarou.
Em menção ao governador Ratinho Jr. (PSD), do Paraná, que também já se coloca como candidato ao Planalto em 2026 — com a benção declarada, inclusive, do próprio Kassab –, Leite afirmou ter “enorme respeito e admiração” pelo agora correligionário.
“Tenho o governador Ratinho, meu colega, governador da região Sul. Tenho por ele muito respeito, admiração, e mesmo por isso não procuraria ser de qualquer maneira, a qualquer custo, candidato para liderar um projeto nacional, concorrendo com alguém que eu tenho muita convergência. Por isso mesmo eu venho para o PSD, é para construirmos juntos”, declarou.
Ao mesmo tempo, Leite afirmou que apoiaria o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), a uma eventual corrida presidencial no ano que vem caso seja essa a decisão do PSD e disse que não descartaria, em um cenário como esse, uma própria candidatura sua ao Senado. Único governador gaúcho a ser reeleito, Leite termina seu mandato no estado no ano que vem e não poderá disputar a reeleição.
