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Carla Zambelli foge e vira estorvo internacional para Bolsonaro

Lá no fundo, ninguém no Brasil deve ter ficado mais satisfeito com a saída de Carla Zambelli do país que Jair Bolsonaro. Para o ex-presidente, a deputada condenada a 10 anos de prisão pelo STF tinha virado um estorvo gerador de reiterados prejuízos políticos. E ele não escondia essa percepção. A responsabilizou diretamente pela derrota em 2022, quando, na véspera do pleito, ela foi flagrada numa cena insólita: corria pelas ruas de São Paulo com a arma em punho atrás de um cidadão. “A Carla Zambelli tirou o mandato da gente” disse em um podcast.

Zambelli foi, de certa forma, isolada e expurgada. Aceitou o destino, conservando apenas a fidelidade humilhada a Bolsonaro. Mesmo em fuga, ela continua a gerar desgaste para o líder que diz defender. Sua ida para a Europa surpreendeu a Justiça brasileira, mas era absolutamente previsível. Seu objetivo, no exterior, é tentar emular o que Eduardo Bolsonaro faz nos Estados Unidos. Ela até mesmo o citou, afirmando que seu afastamento do cargo de deputada se dá inspirada na decisão dele. “Ele pediu uma licença não remunerada. Então eu passo a não receber mais salário e o gabinete vai ser ocupado pelo meu suplente”, disse em entrevista para um canal no YouTube.

Zambelli acha que está fora do alcance da lei brasileira. Por ser cidadã italiana, diz ser ‘intocável’. Desconhece o tratado de extradição firmado entre os dois países, bem como os precedentes de outros cidadãos com dupla cidadania que acabaram presos

A diferença entre Eduardo Bolsonaro e Zambelli é que ele não é réu em um processo. Sua presença em território norte-americano cumpre uma função geopolítica articulada. Ele não foi aos Estados Unidos numa aventura desesperada, ainda que se comporte como perseguido. E, obviamente, sua conduta por lá está alinhada com uma estratégia claramente desenhada. No exterior, articulando com trumpistas e exercendo lobby junto ao Partido Republicano contra membros do STF, ele se projeta no cenário interno do Brasil com vistas para 2026. E é evidente a sinalização de que pode ser ungido como candidato em substituição ao pai inelegível.

Zambelli, por outro lado, está por conta própria. Nem o PL sabia de sua decisão de sair do país. Talvez haja até certo receio de como se dará sua conduta no exterior. Pode, inclusive, acabar dividindo atenções com Eduardo Bolsonaro, diminuindo seu protagonismo como principal denunciador do que seria uma ditadura togada em curso no país. E isso, obviamente, não é de interesse nem dele e nem de Jair Bolsonaro.

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Com uma ordem de prisão preventiva expedida contra ela, Zambelli agora é oficialmente uma fugitiva. E não por qualquer suposto delito de opinião. Ela participou ativamente de uma invasão hacker no sistema de Justiça com vistas a expedir um documento falso contra uma autoridade constituída.

Zambelli acha que está fora do alcance da lei brasileira. Por ser cidadã italiana, diz ser “intocável”. Desconhece o tratado de extradição firmado entre os dois países, bem como os precedentes de outros cidadãos com dupla cidadania que acabaram presos. Como sempre, ela se atrapalha no próprio despreparo.

O silêncio como reação do PL é representativo da indiferença com a situação da deputada. Não parece haver qualquer disposição em salvá-la das ações penais a que responde, quanto mais da condenação pelo STF. Ao contrário de Eduardo Bolsonaro, que pode voltar ao Brasil e acabar concorrendo à Presidência, Zambelli pode voltar algemada, sem mandato nem aliados.

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