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Carla Zambelli deixa o Brasil após ser condenada a 10 anos de prisão

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) anunciou nesta terça (3) que está fora do país há alguns dias, nos Estados Unidos, para fazer um tratamento médico, mas que pedirá licença do mandato. Ela diz que se baseará na Europa, onde tem cidadania de um país.

A decisão de sair do país ocorreu dias depois de ter sido condenada a dez anos de prisão por invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A Gazeta do Povo pediu mais informações à defesa da deputada e aguarda retorno.

“Queria anunciar que estou fora do Brasil já faz alguns dias, eu vim a princípio buscando tratamento médico que eu já fazia aqui e agora eu vou pedir para que eu possa me afastar do cargo. Tem essa possibilidade da constituição, acho que as pessoas conhecem um pouco mais essa possibilidade hoje em dia porque foi o que o Eduardo [Bolsonaro] fez também”, disse em uma live do canal Auriverde Brasil.

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Carla Zambelli afirmou que deixou o país para “resistir” e buscar meios de denunciar o que chama de “amarras” que o Brasil estaria sofrendo por decisões judiciais, que ela classifica como “ditadura, falta de liberdade e censura”. Ela prometeu denunciar isso a “todas as Cortes” de todos os países europeus, citando particularmente Portugal, Espanha, Itália e França.

“Agora, mais do que nunca, vou poder a denunciar os desmandos que a gente observa nesse país e que eu tenho ficado calada diante de uma pressão judicial que tenho sofrido. Me cansei de ficar calada, de não atender o meu público”, afirmou.

Ela disse, ainda, que a mãe passará a administrar as redes sociais e que já pediu a substituição do nome de usuário, para que ela não perca os milhões de seguidores que têm em caso de decisão judicial.

“Amarras” para expressar opiniões

A deputada afirmou que estava ficando doente no Brasil por não poder expressar suas opiniões, assim como estaria ocorrendo com os demais brasileiros que ela diz viverem sob o medo de sofrer represálias.

“Eu parei para pensar na quantidade de amarras que a gente tem, no quanto o parlamento às vezes se abaixa com receio, não tem sido mais o que a gente espera. E não é por falta de coragem dos parlamentares, mas é porque o que eles fazem é desfeito no STF (Supremo Tribunal Federal), que executa, que cria leis, julga leis, faz tudo”, disparou.

Carla Zambelli ainda citou o receio de ir para a prisão sob uma Justiça que, na visão dela, seria injusta, como a condenação da cabeleireira Débora Rodrigues a 12 anos de prisão por vandalizar a estátua A Justiça durante os atos de 8 de janeiro de 2023.

Urnas eletrônicas e eleição de 2022

Ainda durante a live, a deputada afirmou que não foi a responsável pela derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022, como foi apontado por causa da perseguição armada a um homem em São Paulo — “fui usada como bode expiatório” –. Para ela, ocorreu pelo que avalia como falta de segurança das urnas eletrônicas – “as urnas não são confiáveis” –, e que as pesquisas eleitorais no Brasil são manipuladas.

“Agora eu posso falar com mais tranquilidade. […] Eu não podia falar essa frase [das urnas] no Brasil, eu seria caçada e perseguida mais ainda. Aqui fora eu posso falar. As nossas urnas não são confiáveis. Enquanto não tiver um voto impresso ao lado da urna eletrônica, enquanto a gente não tiver contagem pública de votos, nós não teremos democracia no nosso país”, ressaltou.

Apesar de afirmar que o sistema eletrônico de votação brasileiro não é confiável, uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) realizada nas urnas do segundo turno de votação em 2022 não encontrou irregularidades nos 604 boletins analisados. O documento contém o número de votos por candidato, nulos, brancos e dados sobre o equipamento de votação.

Para a deputada, Bolsonaro perdeu a eleição pelo que seria uma “sanha autoritária do TSE”, na época presidido pelo ministro Alexandre de Moraes, que viria posteriormente a ser o relator do processo relativo aos atos de 8 de janeiro de 2023 e à suposta tentativa de golpe de Estado.

Entenda a condenação de Carla Zambelli

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou por unanimidade Carla Zambelli pela suposta invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em janeiro de 2023. Ela foi sentenciada a 10 anos de prisão, em regime inicial fechado, além de multa de R$ 2 milhões por danos materiais e morais.

A deputada também foi condenada à perda do mandato parlamentar e a inelegibilidade por 8 anos. No entanto, a cassação ainda precisa ser avaliada pela Câmara dos Deputados após o trânsito em julgado, ou seja, quando não houver mais possibilidade de recurso.

A condenação teve como base a participação de Zambelli no esquema que resultou na invasão do sistema do CNJ, com a ajuda do hacker Walter Delgatti Neto. Ele foi condenado a 8 anos e 3 meses de prisão, também em regime fechado, e deverá pagar a multa solidariamente com a parlamentar. O relator classificou as ações como graves ameaças à segurança institucional.

Em sua defesa, Zambelli afirmou ser alvo de perseguição. “Sou vítima de uma perseguição política que atenta não apenas contra minha honra pessoal, mas também contra os princípios mais elementares do Estado de Direito”, declarou a deputada.

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