O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reuniu apoiadores em um ato pró-anistia na tarde desta quarta-feira (7), em Brasília. Foi a primeira vez que o ex-presidente participou de ato público após passar três semanas internado.
Os manifestantes marcharam da Torre de TV, um marco visual de Brasília, até a Esplanada dos Ministérios, próximo ao Congresso Nacional. Bolsonaro foi o último a discursar no ato e defendeu a anistia para os condenados pelo 8 de janeiro de 2023. Antes dele, falaram o pastor Silas Malafaia, organizador da manifestação, o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e outros políticos.
“A anistia é um ato político e privativo do Parlamento brasileiro. O Parlamento votou? Ninguém tem que se meter em nada, tem que cumprir a vontade do Parlamento que representa a vontade da maioria do povo brasileiro”, disse Bolsonaro em discurso aos manifestantes.
Além de gritar palavras de ordem pró-anistia, os manifestantes caminharam de camiseta verde amarela e com bandeira do Brasil. Eles criticaram a atual proposta da Câmara dos Deputados sobre a anistia.
A Polícia Militar do Distrito Federal afirmou que não divulga público em eventos realizados na capital federal.
Aliados de Bolsonaro criticaram a atuação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Por outro lado, o ministro Luiz Fux foi aplaudido por oradores, como Silas Malafaia, pelo voto de redução de pena da cabeleireira Débora Rodrigues, que pichou a estátua da Justiça durante os atos do 8 de janeiro. O monumento está localizado em frente ao Supremo. Ela foi condenada a 14 anos de prisão, por cinco crimes, em decisão colegiada finalizada ontem.
Para o ato desta tarde, a segurança no Congresso, Planalto e no Supremo foi reforçada. Policiais militares fizeram uma barreira paralela ao Congresso para impedir a entrada dos manifestantes. No Supremo, um camburão e diversas viaturas foram instaladas até o fim do ato. A manifestação não teve registro de violência.
Bolsonaro é um dos réus no STF acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por tentativa de golpe de Estado. Até o momento, a Primeira Turma da Corte aceitou a denúncia contra 21 dos 34 denunciados.