Quase todo mundo, entre analistas e políticos, considerou uma trapalhada do governo a proposta de aumento do IOF. Tanto na forma —junto com o anúncio do contingenciamento de gastos— quanto no mérito. De fato, usar um imposto regulatório como arrecadatório é uma distorção, e há consequências indesejadas para a economia como um todo, como já foi apontado por diversos colunistas aqui e em outros veículos.
Bernardo Guimarães –que não pode ser acusado de governista– oferece uma visão realista do problema. Para o professor da FGV EESP, falta, nas críticas, a apresentação de alternativas factíveis. “‘Reduzir os desperdícios’, ‘acabar com a roubalheira, essa pouca vergonha que está aí’, ‘taxar os ricos’ não são propostas alternativas viáveis. São frases vazias. Que imposto seria introduzido ou aumentado? Qual seria a alíquota? Ou que gasto seria cortado?”, indaga. “A pergunta importante é se o aumento no IOF é melhor que a alternativa. Uma pergunta anterior é se o IOF é melhor que nada. Eu julgo que sim. É importante respeitar as metas do arcabouço fiscal, esse benefício compensa as distorções do IOF”.
Em tempo: o economista não concorda com o argumento do imposto regulatório.