O caso do bailarino é um exemplo de milhares de profissionais estrangeiros, acadêmicos e artistas que, hoje, vivem num limbo e na incerteza nos EUA. Sob a administração de Donald Trump, a política migratória passou a ser alvo de uma intensa revisão, abalando contratos, planos e vidas.
Por uma década, o bailarino fez parte da Miami City Ballet. Em 2024, ele optou por deixar a companhia e foi contratado pela Dance Theater de Harlem, em Nova York.
Com o fim de seu contrato em Miami, seu visto também foi encerrado. Ele tinha a opção de ficar nos EUA esperando pelo novo documento. Mas não poderia nem trabalhar e nem ter renda. Sua escolha, portanto, foi para aguardar pelo novo visto no Brasil, aproveitando para acompanhar a família.
Mas, com um contrato assinado, não pensou que corria risco. “Nunca pensei que aconteceria comigo”, disse.
Luiz Fernando admite que, quando Donald Trump venceu a eleição no final de 2024, começou a ficar evidente que a situação poderia ser complicada. “Eu não contava com tudo que aconteceria no mundo. O plano nunca foi de ficar no Brasil. Eu já tinha um contrato assinado com Harlem quando decidi ir ao Brasil”, contou.
Ainda em dezembro de 2024, as autoridades americanas pediram informações para que ele comprovasse que estava apto a assumir as funções de sua nova companhia. O bailarino enviou cartas de recomendação de outros artistas e mostrou que havia dançado com os maiores coreógrafos da atualidade nos EUA. “Se isso não é suficiente, o que vai ser?”, disse.