Pelos valores, considerados baixos, a PF suspeita que esses preços seriam para espionar os alvos. Entretanto, a investigação também aponta que o grupo oferecia o serviço de assassinar autoridades.
Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ex-presidente do Senado, seria um dos alvos do grupo, aponta a PF. Pelas anotações apreendidas pela PF, constava o termo “vigilância armada” para o dia em que Pacheco chegaria ao Brasil.
Lista apreendida também inclui materiais previstos para as ações, incluindo fuzis de sniper, drones e garotos de programa. Também constam no documento “minas magnéticas e explosivos com detonação remota”, fuzis lançadores de dardos, usados para captura de animais, placas falsas para automóveis e materiais de disfarce, como perucas e bigodes.
PF descobriu grupo ao investigar o homicídio de um advogado em Cuiabá, em 2023. Roberto Zampieri foi morto a tiros em frente ao escritório dele, aos 57 anos. A partir da perícia do celular dele, os agentes descobriram indícios de um esquema de compra de decisões judiciais do STJ (Superior Tribunal de Justiça). Foi o que desencadeou a operação Sisamnes, que chegou hoje à sétima fase.
Grupo ‘caça-comunista’ teria sido responsável pela morte do advogado. O suspeito de ser o mandante do crime é o fazendeiro Aníbal Manoel Laurindo, preso hoje. A motivação seria uma disputa judicial envolvendo terras em Mato Grosso com valor estimado de R$ 100 milhões.
Coronel da reserva do Exército é suspeito de liderar a organização. Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas, 68, está preso desde janeiro de 2024, por suspeita de ligação com o assassinato de Zampieri. A defesa pede a liberdade dele, dizendo que não há provas que o vinculem ao crime, e que o nome do coronel só foi citado porque a PF teria torturado um dos outros envolvidos. O pedido dos advogados ainda não foi julgado.