Integrantes do entorno do ex-presidente Donald Trump sinalizaram a aliados de Carla Zambelli (PL-SP) que os Estados Unidos devem negar eventual pedido de extradição da deputada federal caso ela esteja em solo norte-americano. A informação tem circulado entre bolsonaristas próximos da parlamentar, segundo fontes ouvidas pela Folha de S. Paulo.
Com base nesse respaldo, Zambelli estaria reconsiderando sua ida à Itália, destino inicialmente anunciado após a condenação a 10 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O receio é que, apesar da cidadania italiana, o país europeu tenha menor resistência jurídica à extradição, mesmo para cidadãos locais, diferentemente do que se espera do governo norte-americano.
Rede de apoio bolsonarista na Flórida
Além do apoio informal de aliados de Trump, o entorno da deputada tem ressaltado a presença expressiva de bolsonaristas nos EUA, especialmente na Flórida, onde já vive Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro. A avaliação é de que, em território norte-americano, Zambelli teria maior rede de apoio político e logístico, tanto para permanecer fora do Brasil quanto para conduzir sua defesa internacionalmente.
Mesmo assim, até o momento, a parlamentar mantém o plano de seguir para a Itália, segundo sua assessoria. Ela afirma que buscará tratamento médico na Europa e deve pedir licença do mandato.
A deputada foi incluída na lista vermelha da Interpol por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, e passou a ser considerada foragida internacional após deixar o Brasil dias após sua condenação. A eventual extradição depende de tratativas diplomáticas e de adesão dos países aos tratados de cooperação com o Brasil.