Trabalhos ficam para o 2º semestre; o PSD do Senado, da base governista, ficará com a presidência
O presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), leu nesta 3ª feira (17.jun.2025) o requerimento para a abertura da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) para investigar descontos indevidos no INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social).
Trata-se do 1º passo para a instalação dos trabalhos que miram o esquema de fraudes bilionárias do sistema público de Previdência. O requerimento recebeu 293 assinaturas, sendo 44 do Senado e 249 da Câmara.
A instalação da comissão, porém, deve ficar para o próximo semestre. O Congresso entra em um recesso informal até o início de julho por causa das festas de São João e deverá retomar os trabalhos com uma agenda apertada até o recesso em 18 de julho.
ARTICULAÇÃO
A CPMI se tornou uma das principais frentes da oposição no Congresso contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Inicialmente, os governistas eram contra a instalação da comissão, mas mudaram a estratégia depois de o requerimento ganhar tração e decidiram aderir à pauta para tentar amenizar o desgaste para a gestão petista.
A movimentação foi criticada pelos congressistas. O senador Esperidião Amin (PP-SC), por exemplo, disse que o mecanismo é uma atribuição da oposição e que não cabe ao governo se “apropriar” do espaço.
PRESIDÊNCIA FICA COM O PSD DO SENADO
A comissão de inquérito será chefiada pelo PSD (Partido Social Democrático) da Casa Alta. Os nomes dos senadores Omar Aziz (AM) e Otto Alencar (BA) são ventilados para o cargo. Ambos são integrantes da base do governo no Congresso.
Isso significa que a relatoria, ou seja, o parecer final sobre os trabalhos da comissão, deverá ficar a cargo de um deputado. A definição ficará para as próximas semanas, durante o recesso informal. Até a instalação, as bancadas deverão indicar os integrantes para a comissão.
O Poder360 apurou que a oposição quer emplacar o Coronel Chrisóstomo (PL-RO) e levou o nome ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), antes da sessão.
Apesar de ter se mostrado receptivo à indicação, aliados avaliam que Motta não deverá levar o nome do deputado para a frente.