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ala pró-Lula ‘não é maioria’ no PSD e eleitor ‘não quer voltar’ para Bolsonaro, diz Eduardo Leite

Recém-filiado ao PSD, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, se lança como alternativa para 2026, embora o partido também conte com Ratinho Junior, chefe do Executivo no Paraná, como postulante ao Planalto. Em entrevista, Leite opina que os laços de Tarcísio de Freitas (Republicanos) com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) dificultam uma eventual candidatura do governador de São Paulo à presidência.

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Por que você deixou o PSDB?

Desde que o PSDB deixou de ser o protagonista do antagonismo ao PT, perdeu muito espaço. As lideranças, mesmo as mais tradicionais, foram deixando o partido, sem haver uma remobilização. O PSDB vai demandar energia e tempo para a construção desse novo caminho. Eu posso dar uma contribuição mais forte por meio do PSD.

O PSDB já elegeu presidentes, teve o maior número de governadores e as maiores bancadas do Congresso. Quem são os culpados pela derrocada? O partido acabou?

Não cabe ficar procurando culpados. Foram diversas circunstâncias. Um partido que se propõe, como o PSDB, a se tornar promotor de um futuro para o Brasil, ou ele protagoniza a política no governo ou sendo o protagonista da oposição. O caminho ficou estreito, mas o partido fez um movimento (o avanço da fusão com o Podemos) para continuar vivo. Não é possível dizer que morreu. Terá uma nova fase.

O senhor chegou a presidir o PSDB, ocupava uma posição na Executiva Nacional e agora deixa o partido. É uma traição com seu eleitorado e colegas?

Eu me dediquei muito ao PSDB. Não é o que o partido simplesmente fez por mim, eu fiz pelo partido também, ajudei a construir. Aceitei uma convocação em 2023 (para ser presidente), ainda que em um contexto difícil, quando eu estava voltando a governar o estado. Fizemos uma intensa discussão de um programa como uma visão de futuro dentro do PSDB. Respeito que outras lideranças façam uma análise diferente da que eu e o grupo que me cerca estamos fazendo. Mas chegou o momento de me movimentar.

Sua carta de despedida cita apenas o nome do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Os quadros que estão dando os rumos do PSDB hoje, como Marconi Perillo e Aécio Neves, estão à altura do que o PSDB precisa?

Nenhuma liderança do partido se tornou tão relevante como o ex-presidente Fernando Henrique. A citação a ele é justamente pelo significado da figura dele para o Brasil e da agenda que ele trouxe para o país. Tenho muito respeito e consideração por outras lideranças, mas nenhuma delas teve o impacto que o (ex) presidente teve.

O governador Eduardo Leite se filiou ao PSD nesta sexta-feira — Foto: Maurício Tonetto/Divulgação PSD

O PSD tem um grupo alinhado ao presidente Lula e outro próximo ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. De que lado o senhor está?

Estou chegando ao PSD e entendo que há uma disposição de construir um projeto alternativo. Haverá aqueles mais próximos ao governo, que eventualmente defenderão um apoio (em 2026), mas não percebo que é uma maioria no no partido. Tenho uma visão muito distinta do PT.

PSD comanda três ministérios. Deve entregá-los?

A participação dos ministros ocorre num contexto em que, não tendo candidato em 2022, houve apoios por parte de alguns integrantes do PSD ao Lula diante da polarização. Com o Lula eleito, dão um suporte e contribuem com o governo, mas sem significar que essa participação vai virar uma aliança eleitoral para 2026. Não posso falar pelo governo e pelas pessoas que integram, em nome do PSD, essas posições. Mas, se ali na frente prosperar o uma candidatura alternativa, compreendo que haja uma discussão com o presidente (Lula) sobre deixar de ocupar as posições (no governo). Se isso de fato se confirmar (candidatura a presidente), poderá significar essa saída (dos ministérios). Mas eu não tenho que falar sobre isso, é o presidente (Gilberto) Kassab.

Vê alguma chance de o PSD apoiar Lula em 2026?

Sou um recém-chegado, mas entro no PSD pela leitura de que é algo com uma chance muito remota, para não dizer inexistente, de acontecer.

A eleição de 2022 não deu quase nenhum espaço para alternativa a Lula e Bolsonaro. Por que 2026 será diferente?

O eleitor votou em Bolsonaro em 2018 para evitar que o PT voltasse e votou em 2022 no PT para tirar o Bolsonaro. Ou seja, esse eleitor já está sendo chamado a ficar de um lado para o outro, e os problemas não estão sendo resolvidos. Há um nível de insatisfação que a gente observa nas pesquisas. Ele (o eleitor) vai querer simplesmente voltar para o ex (Bolsonaro)? Você tentou num relacionamento, saiu dele para tentar outro e não ficou feliz. Vai voltar para o ex ou vai seguir adiante? O sentimento é de insatisfação com o atual governo, mas não é de saudosismo em relação ao governo anterior. Há espaço para um projeto novo mais conciliador.

Há concorrência no PSD com o governador do Paraná, Ratinho Júnior, e Tarcísio, que é aliado de Kassab. Isso não atrapalha suas chances de ser candidato a presidente?

É, mas se eu tenho a disposição de concorrer a presidente e buscar convencer as pessoas a me eleger, como vou ter medo de fazer a discussão dentro do partido para viabilizar isso? Quero ter a oportunidade de liderar um projeto para o Brasil e para o futuro. Mas não farei a minha aspiração pessoal ser maior do que a minha vontade como brasileiro de construir um projeto melhor para o Brasil. E isso pode significar, eventualmente, reconhecer lá na frente que um outro nome possa fazer isso melhor do que o meu. Nesse caso, a candidatura ao Senado é um caminho.

Tarcísio pode ser o nome que une o centro e o bolsonarismo?

O governador Tarcísio tem uma identidade ainda maior com o ex-presidente Bolsonaro, e isso talvez torne esse processo um tanto dificultador. Não é impossível, desde que ele demonstre a disposição de construir pelo diálogo um projeto comum para o Brasil. Mas, nesse momento, tudo sinaliza que ele é candidato à reeleição em São Paulo.

A relação do senhor com o governo federal começou cordial, mas ficou estremecida após as enchentes. O senhor se considera oposição a Lula?

Sempre me considerei oposição. Uma oposição que diverge, mas não para atrapalhar e impedir de governar. Não considero o presidente Lula mal intencionado nem os que o cercam interessados em destruir o Brasil. Nas políticas públicas, como as de segurança e outras, eu divirjo, mas nem por isso deixo de dialogar. O próprio presidente Lula foi melhor no primeiro mandato, quando ouviu mais quem discordava dele, compondo um ministério mais diverso no seu núcleo. Nesse mandato, preferiu um círculo próximo a ele menos crítico às suas próprias ideias, e parece estar errando mais por isso.

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