Uma ala do Supremo Tribunal Federal (STF) acendeu o alerta para possíveis sanções dos Estados Unidos ao ministro Alexandre de Moraes, após o anúncio da Casa Branca de que restringirá visto para autoridades estrangeiros e pessoas “cúmplices na censura”, mas ainda aposta que integrantes “moderados” do governo Trump evitarão um confronto direto com o Brasil.
Um magistrado da Corte afirmou à Coluna do Estadão, sob reserva, que é preciso esperar o desenrolar dos fatos e que “se houver algum ato, veremos a reação”. Nesta semana, Moraes acatou um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e abriu inquérito na Corte para investigar o deputado Eduardo Bolsonaro(PL-SP) pela atuação nos EUA contra autoridades brasileiras.
A avaliação entre ministros do Supremo é de que há pressão das big techs e de parte do governo Trump por sanções a Moraes devido ao embate do ministro com o bilionário Elon Musk, dono do X e membro da gestão republicana. A rede social chegou a ficar fora do ar no Brasil de 30 de agosto a 8 de outubro de 2024, por não cumprir exigências da legislação brasileira.
Por outro lado, os magistrados apostam que as alas mais moderadas da Casa Branca agirão como “bombeiros” para esfriar o confronto ao levar em conta a relação comercial entre os dois países e o papel estratégico do Brasil como fator de estabilidade na América Latina.

Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Foto: Wilton Junior/Estadão