A Advocacia-Geral da União deve enviar na semana que vem à Casa Civil uma proposta de ressarcimento dos aposentados e pensionistas lesados do INSS. A Previdência estima que mais de quatro milhões de beneficiários podem ter sido vítimas da fraude, que supera os R$ 6 bilhões.
O número corresponde aos aposentados que possuem contratos ativos com onze entidades investigadas pela fraude. Nove dias após a revelação do escândalo, o ministro da Previdência, Carlos Lupi, pediu demissão. Para o lugar dele, o presidente Lula nomeou o secretário-executivo da pasta, Wolney Queiroz.
Wolney foi deputado federal pelo PDT de Pernambuco por cinco mandatos e era o braço direito de Lupi desde o início do atual governo. Assim que saiu da reunião com Lula, Carlos Lupi divulgou uma carta nas redes sociais. Disse que tomou a decisão com a certeza de que o nome dele não foi citado em nenhuma das investigações em curso.
Ele destacou que apoiou todas as apurações desde o início; e que vai continuar acompanhando e colaborando com o governo para que, ao final, todo e qualquer recurso que tenha sido desviado do caminho dos beneficiários seja devolvido integralmente.
Carlos Lupi demorou quase um ano para tomar providências diante de alertas sobre as fraudes que começaram em 2023. O ministro também demorou para reconhecer o envolvimento de subordinados dele no esquema, como o ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, que foi demitido por Lula.
Oficialmente, Carlos Lupi pediu demissão. Mas a saída dele já estava decidida pelo presidente Lula. A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, vinha tratando do caso com o PDT, que faz parte da base do governo no Congresso.
A escolha do auxiliar direto de Carlos Lupi para o cargo também pode trazer novos problemas para o governo. Segundo a ata do Conselho Nacional de Previdência Social, Wolney Queiroz participou da reunião de junho de 2023 em que Lupi foi alertado sobre os indícios de fraudes no INSS. A denúncia foi feita pela então conselheira da Previdência, Tônia Galletti:
Nessa sexta-feira, o novo presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, participou de reunião do grupo de trabalho criado pela Advocacia-Geral da União para buscar a reparação de danos causados pelos sindicatos e associações que fraudaram aposentados e pensionistas.
Waller Júnior anunciou que vai abrir procedimentos de responsabilização contra as 11 entidades suspeitas de desviar o dinheiro dos aposentados. Em entrevista à Globo News, o novo presidente do INSS afirmou que a prioridade é ressarcir o cidadão lesado e punir as associações corruptas.
