Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão, em regime fechado, pelo STF, e também à perda do mandato. A deputada foi acusada de invadir os sistemas do CNJ (Conselho Nacional de Justiça). A Primeira Turma da Corte decidiu em maio, por unanimidade, que ela cometeu os crimes de falsidade ideológica e invasão ao sistema do CNJ. O relator foi o ministro Alexandre de Moraes.
A parlamentar estava com o passaporte em mãos, e não havia mandado de prisão aberto. O documento chegou a ser apreendido por determinação do ministro Alexandre de Moraes, em 2023, mas foi devolvido. A avaliação de fontes do Supremo é que ela não teria impedimento para viajar, mas Moraes ainda pode avaliar o caso e eventualmente determinar outras medidas, como uma possível prisão por fuga.
Zambelli afirmou que saiu do Brasil para fazer tratamento médico, mas que vai pedir licença do mandato na Câmara. “Agora vou pedir para me afastar do cargo, tem essa possibilidade na Constituição e passo a não receber mais salário. O gabinete passa a ser ocupado pelo meu suplente”, explicou.
“Vou me basear na Europa, tenho cidadania europeia”, disse. Ela ainda negou que esteja abandonando o país. “Gostaria de deixar evidente que não é um abandono do país. Muito pelo contrário, é resistir, é continuar falando o que eu quero falar”, declarou.
A acusação aponta que ela atuou em conjunto com o hacker Walter Delgatti Neto. Segundo a PGR (Procuradoria-Geral da República), Zambelli planejou um ataque virtual que inseriu no sistema do CNJ decisões judiciais forjadas, como um mandado de prisão contra o próprio Moraes, com o trecho: “Expeça-se o mandado de prisão em desfavor de mim mesmo, Alexandre de Moraes. Publique-se, intime-se e faz o L”, diz o documento falso.