Eles usavam plataformas digitais, redes sociais e canais de comunicação para “atacar e desacreditar” o TSE (Tribunal Superior Eleitoral). “A atuação deste núcleo foi fundamental para as estratégias de ataque ao Estado Democrático de Direito”, disse a PF.
O deputado federal e ex-diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Alexandre Ramagem (PL-RJ), sabia das ações, afirma a PF. “Os elementos probatórios indicam que as ações clandestinas eram realizadas com a ciência e/ou demandadas diretamente pelo então Diretor Alexandre Ramagem, tanto que na condição de parlamentar federal se utilizou de dossiês produzidos pelos integrantes deste núcleo na “CPI do dia 08/01”.
A atuação deste núcleo foi fundamental para as estratégias de ataque ao Estado Democrático de Direito.
Relatório da Polícia Federal
Mais de 30 pessoas foram indiciadas pela PF, que enviou o relatório final ao STF (Supremo Tribunal Federal). As apurações apontam que o esquema teria ocorrido no governo Bolsonaro, quando Ramagem era diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência).
Entre os indiciados, está o atual diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Corrêa. Nomeado para o cargo no governo Lula (PT), ele é suspeito de ter autorizado uma ação hacker da agência contra autoridades do governo do Paraguai, como revelou o UOL.
Outros integrantes da atual cúpula de comando da Abin também foram indiciados. Luiz Carlos Nóbrega, chefe de gabinete de Corrêa, e José Fernando Chuy, corregedor-geral do órgão, também aparecem no relatório final da PF. Além deles, constam o ex-diretor-adjunto da Abin, Alessandro Moretti, e Paulo Maurício Fortunato, que era secretário de Planejamento do órgão na gestão de Corrêa e foi afastado do cargo pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, em 2023, por suspeita de integrar o esquema de monitoramento ilegal.