Atas de reuniões mostram que o ministro foi alertado em 12 de junho de 2023. Lupi se recusou a abordar o assunto naquele momento. Embora tenha registrado que a denúncia era grave, alegou que não havia como averiguar o caso de forma imediata porque se tratavam de 6 milhões de beneficiários.
A primeira providência só foi tomada em março do ano seguinte, nove meses depois. O governo publicou novas regras, mas o presidente do INSS agiu para providenciar brechas para os descontos serem mantidos.
O PDT ameaça deixar o governo se Lupi for demitido. Líder do partido no Senado, Weverton (MA) está na sessão da Comissão de Previdência para demonstrar apoio ao ministério. A deputada Duda Salabert (PDT-MG) não está na comissão e também compareceu.
Como funcionava o esquema
Associações e entidades faziam descontos na folha de pagamento de beneficiários do INSS. Existia a obrigação de autorização por parte dos aposentados e pensionistas, mas esta premissa não estaria sendo respeitada conforme a PF.
Auditoria da CGU (Controladoria-Geral da União) identificou irregularidades. Foram avaliadas 29 entidades e verificado que algumas entidades não tinham condições de entregar as contrapartidas prometidas: descontos em academias, convênios com planos de saúde, apoio jurídico e auxílio funerário.