O empresário Gilson Machado, detido na manhã desta sexta-feira pela Polícia Federal, foi o quarto integrante do primeiro escalão de Jair Bolsonaro a ser preso. Antes dele, que no governo do ex-presidente comandou a pasta do Turismo, passaram pela mesma situação o general Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil, Anderson Torres, que esteve à frente da Justiça e Segurança Pública, e o ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro.
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Gilson Machado foi preso por suspeita de obstrução da Justiça por tentar emitir um passaporte português para o tenente-coronel Mauro Cid. A medida foi interpretada pelos investigadores como uma possível tentativa de atrapalhar o andamento da ação penal da trama golpista, já que o ex-ajudante de ordens é um dos réus. A Procuradoria-Geral da República (PGR) concordou com a investigação sobre o caso.
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Sanfoneiro, veterinário e empresário, comandou a pasta do Turismo durante os dois últimos anos da gestão passada e, ao final do mandato de Bolsonaro, tentou se candidatar ao Senado. Ele, no entanto, saiu derrotado e foi indicado, em seguida, para assumir a Embratur nos meses finais do governo bolsonarista. Após a posse de Lula, Machado passou a acompanhar Bolsonaro em viagens pelo Nordeste e, nas últimas semanas, esteve à frente de uma campanha para arrecadação de doações via Pix para o ex-presidente.
Ex-integrante do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Braga Netto está detido desde dezembro em uma unidade na Vila Militar, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo. Ele foi preso após a conclusão da investigação da trama golpista pela Polícia Federal, que afirmou que o general tentou conseguir “informações sobre o acordo de colaboração” do tenente-coronel Mauro Cid.
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O ex-ministro ficou preso entre janeiro e maio de 2023, pela suspeita de omissão durante os atos golpistas do dia 8 de janeiro. Um dos principais conselheiros do ex-presidente Jair Bolsonaro após a derrota eleitoral, o ex-ministro se tornou peça-chave das apurações da Polícia Federal sobre os responsáveis pelos ataques golpistas de 8 de janeiro. Ele era o secretário de Segurança Pública do DF no dia dos atentados, mas estava fora de Brasília devido a uma viagem com a família para a Disney.
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Milton Ribeiro foi preso em 2022 por suspeitas de envolvimento em corrupção e tráfico de influência durante sua gestão à frente do Ministério da Educação. A investigação teve início no Supremo Tribunal Federal, mas foi enviada à primeira instância depois que Milton deixou o cargo no governo Bolsonaro, após virem à tona suspeitas de lobby de pastores evangélicos na pasta. De acordo com as acusações reveladas pelo jornal “Estado de S.Paulo”, os religiosos prometiam a prefeitos facilitar a liberação de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) mediante pagamento de propina.