O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse em discurso para moradores de Mariana (MG) que o governo federal vai trabalhar para cumprir o Novo Acordo Rio Doce, homologado em novembro de 2024 e que prevê R$ 132 bilhões em novos recursos, destinados a ações de reparação e indenizações que ficarão a cargo do governo federal, dos governos estaduais e municipais e da Samarco, que tem como sócias Vale e BHP Billiton.
O governo federal fica responsável por R$ 49,8 bilhões desse total. O valor será administrado por um fundo gerido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e os projetos serão definidos com apoio de um conselho com participação da população e de movimentos sociais.
“Tenho cobrado os ministros porque a gente trouxe esse acordo para as nossas costas. Enquanto era a Vale que não cumpria, era fácil xingar ela. Nós fizemos o acordo e trouxemos a responsabilidade para as costas do governo. Agora não temos mais desculpa. Agora as coisas têm que acontecer”, afirmou o presidente. Lula fez menção à Vale, que é sócia da Samarco. A empresa também responde pelas ações de reparação e indenizações, juntamente com a BHP e a própria Samarco.
Lula disse que não foi fácil fechar o Novo Acordo Rio Doce, porque quando assumiu o governo, em 2023, os atingidos pelo rompimento da Barragem de Fundão, em Mariana (MG), já esperavam uma reparação há quase dez anos. O presidente disse que a diretoria antiga da Vale é responsável pela tragédia que matou 19 pessoas e causou um desastre ambiental sem precedentes no país. Ele acrescentou que a diretoria atual da empresa está disposta a dialogar com o governo e a população. “Quero que ela [a empresa] cresça, mas ela te que saber que a relação tem que ser respeitosa com o povo”, disse Lula.
