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A ousadia de Bolsonaro com sua convocação aos apoiadores | Guálter George

Foto: Samuel Setubal
FORTALEZA, CEARÁ, BRASIL, 30-05-2025: Ex-Presidente Jair Bolsonaro em Seminário do PL no Centro de Eventos. (Foto: Samuel Setubal/ O Povo)

O ex-presidente Jair Bolsonaro, que deve ser ouvido hoje na 1ª turma do Supremo Tribunal Federal (STF) como réu na ação que investiga responsabilidades pela tentativa de golpe de Estado que culminou com os atos de violência de 8 de janeiro de 2023, decidiu assumir nos últimos dias, uma postura ainda mais ousada ao convocar simpatizantes para acompanharem seu embate processual com os ministros. Não sei se chega a ser uma boa ideia.

Convenhamos que a capacidade de expressar com clareza seus pensamentos nunca pareceu a maior das qualidades do popular ex-presidente. Portanto, há um risco de sua parte em expor ao público o encontro com os seus julgadores, em especial o relator Alexandre de Moraes, que já demonstrou pouca paciência com as manobras protelatórias dos acusados e muita disposição para enfrentá-las. São reais as chances dele, Bolsonaro, sair desmoralizado de um confronto do tipo.

As provas contra Bolsonaro e o conjunto de réus que começam a depor nesta segunda são contundentes. E o ex-presidente coloca-se no bloco dos que terão dificuldade maior para se explicar diante de tudo que os investigadores colheram até o ponto em que levaram a justiça a entender que deveriam mesmo responder pelos seus atos e ações.

Ele com maior certeza, já que era presidente da República durante uma parte do tempo em que as coisas aconteciam e porque seria o beneficiado direto de um eventual desfecho favorável do que chegou a ser projetado como rompimento da normalidade democrática.

Inexiste eufemismo que encubra a convicção de que seria um golpe à institucionalidade impedir a posse do eleito em outubro de 2022, como abertamente se admite que foi discutido em meio a um ambiente agitado nas ruas e com gente na porta dos quarteis pedindo por isso, impunemente.

Era obrigação das autoridades daquele momento conduzir estas pessoas de volta às suas casas, mas, ao contrário e conforme provas fartas colhidas, inseridas no processo, elas funcionavam na verdade como incentivadoras da permanência do movimento através de gestos, palavras e ações que até alimentavam a esperança de que algo não previsto em lei aconteceria.

É surpreendente o que Bolsonaro tem feito ultimamente, chamando as pessoas a acompanharem seu depoimento. Mais adequado seria fazer como o general Braga Neto, que, no sentido exatamente contrário, pediu que não houvesse transmissão de seu encontro com o STF.

O ex-presidente tenta demonstrar uma tranquilidade e uma autossuficiência que, sinceramente, não parecem recomendadas por sua limitada capacidade pessoal de lidar com as palavras, muito menos pela substancial quantidade de provas colhidas contra ele, algumas produzidas pelo próprio em desastradas manifestações e ações públicas. A menos que seu plano seja aproveitar a oportunidade para criar o caos, hipótese que seu histórico recomenda que levemos a sério como possibilidade imaginada. De difícil execução, por outro lado.



Foto do Guálter George

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