O presidente Lula cobrou, neste domingo (08), durante o encerramento do Fórum de Economia e Finanças Azuis em Mônaco, maior participação e empenho internacional no financiamento de ações voltadas à preservação dos oceanos.
O líder criticou a falta de comprometimento dos países ricos e alertou que o planeta está em risco devido à falta de ações concretas e ao descumprimento de promessas anteriores.
“Esse fórum renova a convocatória para o aumento dos compromissos financeiros com o oceano. O planeta não aguenta mais promessas não cumpridas. Não há saída isolada para os desafios que requerem ação coletiva. Ou nós agimos, ou o planeta corre risco”, declarou.
Lula destacou que o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 14, voltado à conservação dos oceanos, é o menos financiado da agenda 2030 da ONU, com déficit anual estimado em US$ 150 bilhões.
Segundo o presidente, os oceanos são essenciais para o comércio mundial, em razão da comunicação de dados através de cabos subterrâneos, além da regulação climática e do fornecimento de recursos naturais, mas ainda não recebem o reconhecimento nem o suporte financeiro adequados de países ricos.
O presidente comparou os investimentos em preservação ambiental com os gastos de forças militares: segundo Lula a falta de recursos não é o problema, e sim a ausência de compromisso político com o tema. Ele defendeu ainda o fortalecimento de bancos multilaterais e propôs medidas como a troca de dívida por desenvolvimento e a emissão de direitos especiais de saque para facilitar o financiamento de projetos sustentáveis.
No caso do Brasil, o chefe do Executivo mencionou programas como o Bolsa Verde, que beneficia famílias em áreas de conservação, e uma carteira de investimentos do BNDES voltada à descarbonização naval, conservação costeira e pesca sustentável.
Ainda na França, o presidente se reúne com a Diretora-Geral da UNESCO, Audrey Azoulay, e com o presidente do Benim, Patrice Talon.
Para fechar a programação, nesta segunda-feira (09), Lula participa da Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos em Nice. Além disso, se encontrará com o delegado da Polícia Federal, Valdecy Urquiza, que atualmente comanda a Interpol.