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Lula defende seriedade na COP30 e cobra países ricos por dívida ambiental histórica

247 – Durante entrevista coletiva concedida neste sábado (7), ao fim de sua visita à França, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou o papel central que o Brasil pretende exercer na 30ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), prevista para novembro em Belém (PA). Segundo Lula, a conferência marcará um novo paradigma na discussão ambiental global. A informação é da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.

“Nós vamos fazer uma COP séria. Nada de muita festa, mas sim de debate, discussão. Vamos fazer um encontro separado de chefes de Estado, dois dias antes, para a gente aprofundar. Temos muita responsabilidade com a COP. Será um novo paradigma para a questão ambiental”, declarou Lula, ressaltando o compromisso do país em liderar uma discussão concreta sobre o financiamento climático.

O presidente reforçou que a escolha da cidade de Belém, no coração da Amazônia, é estratégica para evidenciar ao mundo a urgência da preservação do bioma. “Quero que o mundo veja a cara da Amazônia, porque todo mundo pensa que é só um monte de árvore. Não. São 30 milhões de seres humanos. E, entre eles, tem gente que passa fome. Tem seringueiro, extrativista, indígena, pescador, pequeno produtor rural”, explicou Lula.

Ele criticou duramente os países desenvolvidos por não cumprirem promessas anteriores de financiamento climático e lembrou que grande parte da crise atual é fruto do modelo de industrialização adotado por essas nações. “As pessoas têm que saber que o mundo rico tem um contencioso porque se industrializaram há mais de 200 anos, e se industrializaram à custa da carbonização. Eles têm que pagar um pouco agora para descarbonizar”, afirmou.

Segundo especialistas, a dívida climática acumulada por essas nações já ultrapassa 1 trilhão de dólares. Lula foi enfático ao cobrar responsabilidade: “Se tivessem feito as coisas na hora certa, não seria tanto dinheiro junto. Mas não pagaram uma prestação, juntou duas, juntou três, quatro, um monte de anos, agora a dívida é essa. E lá na COP a gente vai saber se as pessoas querem tratar sério dessa questão.”

O presidente também defendeu uma reestruturação dos organismos multilaterais, que, segundo ele, falham em garantir que os acordos internacionais sejam de fato executados. “Se a gente não tiver uma governança mundial representativa, com poder de decisão e de fiscalizar o cumprimento das decisões, nada acontece”, alertou.

Lula lembrou que o Brasil tem se destacado positivamente por suas metas e ações ambientais. Entre os compromissos já assumidos estão o fim do desmatamento na Amazônia até 2030 e a redução de 59% a 67% nas emissões de gases de efeito estufa até 2035. “Não é tarefa fácil, mas propusemos sem ninguém pedir que a gente ia tratar isso com muita seriedade. O que queremos saber é se os outros países vão ter o mesmo comportamento”, disse. E completou: “Os cientistas não estão inventando. Nós estamos tendo um calor excessivo, inclusive na Amazônia.”

Para garantir o cumprimento dessas metas, o governo federal tem buscado estreitar parcerias com estados e municípios. “Estamos aprimorando o nosso contato com governadores e prefeitos porque, se eles não estiverem juntos nesse combate, a gente não vai conseguir vencer. O prefeito é o primeiro que sente o cheiro da fumaça, que sabe se o fogo foi acidental ou provocado”, afirmou o presidente, mencionando ainda o investimento de quase R$ 1 bilhão em recursos humanos e equipamentos para o Ibama.

Após a coletiva em Paris, Lula seguiu para Nice, onde participa da Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos. Com quase 8 mil quilômetros de costa, o Brasil é uma potência marítima e tem papel central nos debates sobre conservação e uso sustentável dos oceanos. “O oceano é uma coisa extremamente importante como bioma para o planeta Terra. Muitas vezes a gente pensa que ele é muito grande e que não estraga. E aí vamos jogando plástico, e vamos jogando esgoto. Um dia, o mar se revolta e a gente paga o preço. E a gente começa a pagar a conta no turismo”, alertou o presidente.

A expectativa do governo é que a COP30 em Belém marque um ponto de virada na agenda climática global, com decisões concretas e ações efetivas. O Brasil pretende mostrar que não apenas cobra compromissos, mas também lidera pelo exemplo.

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