BRASÍLIA – O presidente em exercício, Geraldo Alckmin, afirmou nesta sexta-feira, 6, que o governo brasileiro tem a expectativa de que ocorra até o fim do ano a assinatura do acordo comercial Mercosul–União Europeiai. A declaração ocorreu em discurso no Roadshow Brasil Mais Produtivo, em Campina Grande (PB), evento promovido pela Federação das Indústrias da Paraíba (FIEPB).
Alckmin defendeu a abertura de mercados pelo governo brasileiro. “Nós temos que conquistar mercado, abrir mercado”, afirmou. “O presidente Lula está agora na França procurando, até o final do ano, fechar o acordo Mercosul-União Europeia”, continuou.

Alckmin defendeu a abertura de mercados pelo governo brasileiro Foto: Wilton Junior/Estadão
Em seguida, o presidente em exercício disse que, antes, o Mercosul tinha somente três acordos, com Egito, Israel e Palestina. “Agora, já fizemos com Cingapura, deve assinar até o fim do ano, Mercosul e União Europeia, 27 países dos mais ricos do mundo para a gente vender mais e ter mais mercado”, disse.
Durante o evento, Alckmin também fez defesas à redução do chamado “Custo Brasil” e disse que tem como metas a desburocratização e os estímulos à indústria. Entre as autoridades presentes na solenidade, estavam o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e o presidente da Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional, Efraim Filho (União-PB).
Alckmin afirmou esperar uma safra recorde neste ano e disse que isso deve derrubar o preço dos alimentos.“Devemos ter uma safra recorde este ano. Ano passado, tivemos dois ‘problemões’: a seca brutal e o dólar, que disparou. […] Isso vai derrubar a inflação e o preço de alimento”, declarou.
Ele também pediu que o Senado vote “o mais rápido possível” o projeto sobre o Acredita Exportação, que tem o objetivo de estimular a atuação de micro e pequenas empresas no comércio exterior.
“Vamos fazer o Acredita Exportação para dar um empurrão na exportação da pequena empresa. A Câmara aprovou por unanimidade e agora foi para o Senado. Se puderem pedir um empurrão, poderíamos votar o mais rápido possível”, disse.
Registro de patente
Alckmin afirmou que há uma meta para que o registro de patentes leve dois anos. Segundo ele, o tempo médio já chegou a sete anos e atualmente leva uma média de três anos.
“Registro de patentes estava levando 7 anos no Inpi (Instituto Nacional da Propriedade Industrial). Reduzimos para 6, 5, 4 e vamos chegar a 3 anos este ano e, no ano que vem, 2 anos, que é o padrão internacional”, disse.
Alckmin defendeu o desenvolvimento da indústria e falou que há 6 metas para o setor, como o investimento em agroindústria. “A indústria paga salários mais altos, agrega valor e está na ponta da inovação e da pesquisa”, declarou.
Data centers
O presidente em exercício defendeu investimentos em datacenters e em inteligência artificial e afirmou que os setores dependem do desenvolvimento de energia no País. “O limite no mundo para inteligência artificial e datacenter vai ser falta de energia e aqui temos energia abundante e renovável”, declarou.
Alckmin lembrou que o governo deve lançar um programa voltado para estimular data centers. Também defendeu uma “indústria mais verde” e citou os parques eólicos e solares do Nordeste. “Precisamos armazenar essa energia. Se captássemos o sol do mundo inteiro, um dia de sol daria energia para a humanidade por um ano”, disse.