Eduardo Bolsonaro anunciou em março que iria tirar licença do mandato parlamentar e morar nos EUA. Desde então, ele vem tentando articular junto a autoridades americanas medidas que possam atingir Moraes. Recentemente, o governo de Donald Trump anunciou que pretende cassar o visto de quem promova “censura” de cidadãos americanos, iniciativa que foi vista como uma forma de atingir o ministro.
Para a PGR, Eduardo tenta interferir no Judiciário para beneficiar Bolsonaro. Segundo Paulo Gonet, há “evidências” de que o deputado estaria buscando “interferir no andamento regular dos procedimentos de ordem criminal, inclusive ação penal, em curso contra o senhor Jair Bolsonaro e aliados”. Bolsonaro é réu em ação penal no STF, apontado como chefe de uma organização criminosa que tentou um golpe de Estado para mantê-lo na Presidência após sua derrota nas eleições de 2022.
Gonet diz que há indícios de que o parlamentar estaria cometendo crimes. Ele lista obstrução contra investigações, coação no curso do processo e atentado à soberania do Brasil. Moraes é o relator da ação contra Bolsonaro na Corte.
A PGR afirma que Eduardo estaria articulando sanções dos EUA a Moraes para “coagir” o STF. Na petição, Gonet cita declarações dadas pelo deputado à imprensa de que estaria realizando agendas com congressistas americanos e membros da gestão Trump para impor medidas do país contra Moraes, como proibi-lo de realizar transações, abrir contas em bancos e usar o cartão de crédito.
Zambelli na lista da Interpol
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), foragida da Justiça brasileira, entrou hoje na lista vermelha da Interpol. Com isso, ela passa a ser procurada internacionalmente. A polícia internacional emitiu alerta vermelho contra a parlamentar, a pedido da Polícia Federal brasileira. A inclusão do nome dela foi determinada pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, a pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República). Moraes também mandou prender preventivamente a deputada.