As plataformas donas de redes sociais confirmaram ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) que cumpriram a ordem para suspender os perfis da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que deixou o país depois de ser condenada a dez anos de prisão por coordenar e financiar uma invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Elas poderiam pagar uma multa de 100.000 reais por dia se desobedecessem ao ministro.
A última plataforma a se manifestar na ação foi o X (antigo Twitter), que confirmou nesta quinta-feira, 5, que tirou do ar o perfil da parlamentar e da mãe dela, Rita Zambelli. A ordem de suspensão de perfis é extensiva aos familiares de Zambelli. Na semana passada, antes de fugir, ela pediu doações via Pix aos seus apoiadores e disse que lançaria sua mãe e seu filho, João Zambelli, como pré-candidatos, para que pudessem continuar seu “legado” na política. Ela também disse que seus próprios perfis ficariam sob responsabilidade da mãe.
A Meta (responsável pelo Instagram e pelo Facebook) também confirmou o cumprimento da ordem de Moraes e o LinkedIn disse que o perfil de Zambelli já estava suspenso, porque teria violado as diretrizes da comunidade. O Telegram informou que ainda está cumprindo os trâmites internos para derrubar os canais da deputada.
Zambelli confirmou na terça-feira, 3, que havia deixado o Brasil há alguns dias e que pretende ficar pela Europa — onde tem cidadania italiana. Ela foi condenada a ficar uma década atrás das grades, mas ainda recorre da decisão do Supremo, motivo pelo qual não havia começado a cumprir pena. O advogado dela deixou o caso e Zambelli concedeu diversas entrevistas afirmando que deixou o país para se dedicar a um tratamento de saúde. Apesar disso, ela também afirmou que irá “rodar pela Itália” denunciando o que, na sua avaliação, seria um regime “ditatorial” no Brasil.
Moraes ordenou nesta quarta, 4, a abertura de uma nova investigação para apurar a saída de Zambelli do país. Ele determinou que ela seja incluída na lista de pessoas procuradas ao redor do mundo pela Interpol e, depois que o paradeiro dela for confirmado, pode pedir a extradição dela para solo brasileiro.