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Quando o sobrenome pesa mais que qualquer crime

Muita gente estranhou que, ontem, o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, tenha ido à Polícia Federal para falar mal do Eduardo Bolsonaro. Ele é considerado, de fato, aquele que colabora com a Justiça. Foi até lá para reforçar a acusação contra Eduardo Bolsonaro, alegando que ele foi aos Estados Unidos para instigar o governo americano, a Casa Branca, contra Alexandre de Moraes, com o objetivo de enfraquecer a posição do ministro ao julgar Jair Bolsonaro. Mas não precisa, não é? Já julgou. Só vão fazer o ritual do julgamento. Todo mundo já sabe qual é o resultado.

Aliás, na próxima segunda-feira começa o interrogatório de Jair Bolsonaro, dos generais de quatro estrelas Braga Netto, Augusto Heleno e Paulo Sérgio, além do almirante de esquadra Almir Garnier, que foi comandante da Marinha, e também do deputado Alexandre Ramagem — não sei por que há um deputado lá. Também serão ouvidos o secretário de Segurança e ex-ministro da Justiça Anderson Torres, e o coronel Cid. Braga Netto será ouvido no Rio de Janeiro, por videoconferência, onde está preso desde 14 de dezembro, sem condenação, sob o argumento de que representaria risco de interferência. Um general quatro estrelas. Mas tem coisa pior.

Bolsonaro foi convocado para depor no inquérito que está acusando Eduardo Bolsonaro de ter ido a Washington pedir que o governo americano aplicasse a Lei Magnitsky aqui no Brasil. Vão perguntar a Jair Bolsonaro se ele mandou o Eduardo para lá, se é ele quem está sustentando o Eduardo, se o Eduardo está recebendo ordens dele — para, no fim, incriminar o Eduardo?

Engraçado que eu sempre soube — não direi desde criancinha, mas qualquer pessoa que se interesse por leis e pelo direito –  jornalistas devem se interessar — que um pai não pode depor contra o filho. Ele pode ser chamado, isso não é ilegal, mas não é obrigado a depor. Pode até se recusar. Um pai não vai incriminar um filho, assim como um filho não vai incriminar uma mãe. Todo mundo sabe que pai e mãe defendem seus filhos em qualquer situação. A exceção é raríssima. Isso está no Código de Processo Penal: o parente de primeiro grau tem essa flexibilidade. “Não quer falar? Não fala.” Mas lá está Bolsonaro, convidado — o que é muito estranho.

Retratos da Corrupção

Bom, mas falamos do grande escândalo brasileiro: bilhões roubados de velhinhos e velhinhas, aproveitando-se do fato de que eles não têm acesso ao controle de seus contracheques na Previdência, sem saber o que fizeram com o dinheiro deles. A Advocacia-Geral da União pediu o bloqueio de R$ 2,5 bilhões — ou seja, metade da verba roubada — de 12 entidades e 60 pessoas.

Agora, uma juíza federal do Distrito Federal mandou bloquear, em duas empresas de consultoria, quase R$ 24 milhões. É uma gota num oceano de R$ 6,6 bilhões.

E, só para concluir, tenho falado muito aqui sobre o crime tomando conta do Brasil, agora exercendo atividade econômica — seria o quinto maior grupo empresarial do país. O Estadão publicou uma entrevista com o procurador antimáfia da Itália, que falou sobre a operação “Samba Mafiosi” — “Samba” porque é Brasil. A operação mostrou PCC e máfia juntos, lavando dinheiro em apostas online, com apoio de políticos e transferências de dinheiro feitas apenas virtualmente.

Ele citou um banco subterrâneo chinês — underground banking, foi a expressão usada. A pessoa deposita aqui, entrega o dinheiro aqui, e, lá na Europa, recebe o valor em euros — sem problema.

Acho que os legisladores brasileiros precisam se alertar para essa realidade. Estão se aproveitando das leis lenientes que eles mesmos criaram.

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