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Operação na Rocinha mostra o tamanho do buraco da segurança | Érico Firmo

Foto: Divulgação/MPRJ
OPERAÇÃO da Polícia Civil do Rio de Janeiro contou com apoio do Ministério Público do Rio de Janeiro e do Ceará

A operação realizada no sábado passado contra traficantes cearenses no Rio de Janeiro é uma mostra da complexidade do combate às facções criminosas. Evidencia também o que precisa ser feito — assim como a dificuldade em realizar o trabalho.

O Ministério Público do Ceará atuou em conjunto com o MP do Rio de Janeiro, assim como cooperaram as polícias de ambos os estados, na busca de criminosos cearenses abrigados no Rio. Da favela da Rocinha, alguns deles numa vida de luxo, eles ordenaram ações criminosas no Ceará. As facções no Ceará adotaram o “home office da criminalidade”, como definiu o secretário da Segurança do Rio de Janeiro, Victor Cesar Carvalho dos Santos. Alguns dispunham de uma mansão de luxo no alto da Rocinha, com piscinas aquecidas e cascata.

O POVO já havia publicado que chefes de organizações do Ceará pagam aluguéis para se esconderem no Rio de Janeiro e receberem proteção. “São alvos do Ceará. Não tem nenhum do Rio de Janeiro”, disse o secretário Victor Cesar.

As autoridades dos dois estados se articulam de forma pontual, mas a facção tem atuação interestadual organicamente integrada. As filiais do crime demonstram sintonia de fazer inveja a grandes empresas. A parceria entre estados não pode ser eventual. E a coordenação precisa ser do Governo Federal. Administração após administração, e nesta mais uma vez, essa missão é negligenciada.

O trabalho em conjunto é bom sinal, mas mostra que os criminosos estão alguns passos à frente da capacidade do poder público de promover o enfrentamento. A dificuldade de realizar uma operação como a de sábado não é pequena. Obviamente o trabalho não foi suficiente. Para as forças de segurança terem chance de sucesso no longo prazo, é preciso maior flexibilidade das instituições para esse tipo de colaboração. Quando um criminoso cruza as divisas de um estado para outro, impõe dificuldades às forças de segurança para chegar até ele.

Algumas centenas de pessoas fugiram para as matas próximas à Rocinha quando a Polícia chegou. Há sistemas de alertas e, sem saberem quem eram os alvos, todo mundo que tem complicações com a lei deve ter tentado escapar. Porém, em grandes operações, nunca se pode minimizar o risco de vazamentos. Ainda mais no cumprimento de mandados da Justiça de outro estado. São complicações adicionais nesse tipo de operação, mas que precisam ser enfrentadas.

A ação de sábado explicita que trabalho está sendo feito, há esforço e seriedade. A integração tem acontecido, passos foram dados. Há o que aprimorar na colaboração.

Ceará exporta crueldade

Em dois anos, pelo menos mil mortes teriam sido ordenadas pelos criminosos cearenses a partir da Rocinha. A estimativa é assombrosa. Assim como os relatos do procurador-geral de Justiça do Rio, Antonio José Campos Moreira.

“Eles usavam motosserras para esquartejar seus inimigos e ainda jogavam futebol com suas cabeças. Eles filmavam tudo”, relatou.

O procurador-geral disse ainda: “Os criminosos do Ceará são muito sanguinários. Os assassinatos são cometidos com requintes de crueldade. Essa prática está se alastrando para outros estados do Nordeste. As imagens, porque eles fazem questão de mostrar em redes sociais, são muito impactantes”.



Foto do Érico Firmo

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