O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), que presta depoimento nesta segunda-feira (2) à Polícia Federal (PF), reforçará o pedido de bloqueio dos bens de ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por custear a ofensiva do filho, Eduardo, contra o STF (Supremo Tribunal Federal) nos Estados Unidos.
“Ele mantém o filho fazendo o quê nos Estados Unidos? Na nossa avaliação, é uma organização que tenta obstruir o julgamento do próprio Bolsonaro [por envolvimento em tentativa de golpe de Estado]”, afirmou o deputado à coluna.
No fim de maio, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a abertura de um inquérito para investigar a atuação do filho do ex-presidente no país estrangeiro. O ministro Alexandre de Moraes aceitou a instauração do inquérito.
No pedido feito ao STF, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, citou Lindbergh como autor de uma representação de teor semelhante contra Eduardo. Por isso, sugeriu que o petista fosse ouvido.
Lindbergh Farias entregará à polícia um dossiê contra o deputado licenciado. Segundo o petista, o documento mostra o roteiro de visitas de Eduardo a figuras como Cory Mills, deputado americano que defendeu sanções a Alexandre de Moraes.
“Foi Mills que perguntou ao Marco Rubio [chefe do Departamento de Estado do governo Donald Trump] sobre as sanções a Alexandre de Moraes”, afirmou.
O dossiê ainda acusa Eduardo Bolsonaro de tentativa de abolir o Estado de Direito, atentado à soberania nacional e traição à pátria.
No texto, Lindbergh afirma que a atuação de Eduardo é suficiente para afastar tentativas de aliados de Jair Bolsonaro — como Sóstenes Cavalcante (PL) e o pastor Silas Malafaia — no sentido de minimizar a conduta do deputado afastado, como se ele “e seus atos de alta traição à Pátria por negociar com autoridades estrangeiras fossem irrelevantes, atribuindo as ameaças estadunidenses de intervenção exclusivamente à ofensiva das big techs norte-americanas contrárias à regulação das redes sociais”.
Para o líder do PT, a atuação de Eduardo nos Estados Unidos é uma continuação do planejamento para impedir que o presidente Lula (PT) assumisse a Presidência em 1º de janeiro de 2023 — e que culminou nos atentados de 8 de janeiro.
O próprio Bolsonaro já disse que está “bancando as despesas dele [Eduardo] agora. Se não fosse o PIX, eu não teria como bancar essa despesa, ele está sem salário e fazendo o seu trabalho de interlocução com autoridades no exterior. O que queremos é garantir a nossa democracia, não queremos um judiciário parcial”.
com KARINA MATIAS, LAURA INTRIERI e VICTÓRIA CÓCOLO
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