Ele não citou o caso específico de Moraes, mas diplomatas avaliam que a iniciativa pode acabar prejudicando o ministro brasileiro e outras autoridades do país acusadas nos EUA por medidas que prejudicam americanos.
Em março, Moraes defendeu uma “reação forte” às tentativas das big techs de não respeitarem as leis e decisões judiciais dos países onde atuam sob o risco de as autoridades não conseguirem impedir a divulgação de fake news. No ano passado, o magistrado já havia determinado a suspensão no Brasil da rede social X (antigo Twitter), do magnata Elon Musk, aliado de Trump, após a plataforma se recusar a suspender contas e pagar multas que somavam R$ 18,3 milhões.
Eu não tenho dúvida nenhuma que Alexandre Moraes vai ser sancionado. O que pese, é claro, ele ter falado que ele nem tem mais vista norte-americana e não quer ir para lá e não tem conta nos Estados Unidos.
Mas, do ponto de vista prático, mesmo com uma sanção futura a Moraes, alguém acha mesmo que ele ou a primeira turma do STF vão mudar um milímetro do julgamento sobre atos golpistas por conta da cassação do visto, ou por não poder ter conta nos Estados Unidos? Não, isso não vai mudar. Isso é muito útil para quê? Para barulheira bolsonarista.
Se o Brasil reclamar, se o Brasil fizer alguma coisa, isso, sim, pode causar um aumento nessa escalada de sanção. E se o Trump fizer uma sanção muito grande com o Brasil, no final das contas acaba ajudando ao próprio Lula. Por quê? Porque, vamos ser sinceros, o que as pessoas menos gostam é ter gringo dizendo o que a gente deve ou não deve fazer. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL
Eduardo Bolsonaro se muda para os EUA
Em março, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), anunciou o pedido de licenciamento de seu cargo como parlamentar para viver um período nos Estados Unidos. A ideia dele seria buscar apoio de republicanos contra o ministro Moraes.