“Este tem se transformar num ato de desagravo à ministra Marina”, disse a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann. “O que aconteceu ontem no Senado é imperdoável, o ataque que ela sofreu como ministra, como mulher, como cidadã.”
“Não podemos deixar isso acontecer sem mostrar nossa profunda indignação”, afirmou Gleisi. A ministra foi a primeira colega a se pronunciar em favor de Marina após as ofensas de ontem, com comunicado oficial em nome do governo —o presidente Lula (PT) não se pronunciou publicamente, mas ligou para a ministra.
Marina foi ofendida pelo senador Plínio Valério (PSDB-AM) e deixou a sessão. “Olhando para a senhora, estou falando com a ministra, e não com uma mulher”, começou. “Eu sou as duas coisas”, rebateu a ministra. “A mulher merece respeito, a ministra, não”, ofendeu ele.
“Ou ele me pede desculpa, ou eu vou me retirar”, condicionou Marina. Como Valério ignorou, a ministra recolheu seus papéis e deixou a Comissão de Infraestrutura do Senado, da qual era convidada. A sessão foi encerrada logo em seguida. O senador já é alvo de representação no Conselho de Ética por dizer que gostaria de enforcar a ministra.
Cida Gonçalves, que transmitiu o cargo, também lembrou a ex-colega. A ex-ministra disse ter sofrido “ataques misóginos” como os contra Marina enquanto esteve à frente do ministério. “Presto aqui minha solidariedade”, disse.
Marina não foi ao evento, mas sete ministros participaram —entre as ministras, só Gleisi compareceu. Lula está em Pernambuco para o lançamento de obra de infraestrutura.