Nos últimos meses, medicamentos como Ozempic, Wegovy e Mounjaro ganharam destaque nas redes sociais e promessas de resultados rápidos para quem deseja emagrecer. Mas especialistas fazem um alerta importante: o uso indiscriminado e sem prescrição médica dessas medicações pode colocar a saúde em risco — e, em muitos casos, o peso perdido volta rapidamente quando o tratamento é interrompido.
Criados originalmente para o tratamento do diabetes tipo 2, esses medicamentos atuam em hormônios intestinais que regulam a saciedade, o apetite e o controle glicêmico. Os bons resultados em perda de peso levaram à sua aprovação também para o tratamento da obesidade, que, assim como o diabetes, tem como base a resistência à insulina e a síndrome metabólica.
O perigo da automedicação
Apesar dos benefícios quando usados corretamente, os riscos aumentam exponencialmente quando o medicamento é usado sem acompanhamento médico. Segundo a endocrinologista Renata Maksoud Bussuan, coordenadora do curso de pós-graduação em endocrinologia da Afya Educação Médica Belém, o uso descontrolado pode causar náuseas, vômitos, constipação intestinal, desidratação e até pancreatite.
“Pacientes com pedras na vesícula, por exemplo, devem tratar essa condição antes de iniciar o uso das chamadas ‘canetas emagrecedoras’, pois há um risco maior de inflamação no pâncreas, que pode ser grave”, explica a especialista.
Além disso, há contraindicações para pessoas com histórico familiar de câncer medular da tireoide ou portadoras da síndrome MEN2 (Neoplasia Endócrina Múltipla tipo 2), que é uma condição genética rara que predispõe ao desenvolvimento de tumores em múltiplos órgãos endócrinos, como a tireoide, as glândulas paratireoides e as glândulas suprarrenais, não devem usar esses medicamentos.
Efeito rebote e dependência psicológica
Outro ponto que preocupa os especialistas é o chamado efeito rebote — ou seja, o reganho de peso após a interrupção do uso. “Isso acontece porque a obesidade é uma doença crônica. Assim como hipertensão ou diabetes, ela precisa de tratamento contínuo, que inclui principalmente mudanças de comportamento, como a prática regular de atividade física e reeducação alimentar”, destaca Bussuan.
Embora esses medicamentos não causem dependência química, pode haver uma dependência psicológica quando o paciente deposita todas as esperanças no uso da medicação, sem encarar as mudanças necessárias no estilo de vida.
Aumento de golpes e venda ilegal
A popularização das canetas levou também a um aumento preocupante de ofertas online irregulares. A venda desses medicamentos é restrita a farmácias e drogarias autorizadas, e a compra só pode ser feita com prescrição médica. Produtos vendidos em redes sociais ou sites não oficiais podem ser falsificados ou mal armazenados, aumentando ainda mais os riscos.
Tratamento sério exige acompanhamento
Em vez de buscar soluções milagrosas, especialistas reforçam que o emagrecimento saudável e duradouro exige uma abordagem integrada: alimentação equilibrada, prática de exercícios físicos, acompanhamento profissional e, em alguns casos, uso de medicação sob orientação médica.
“É fundamental entender que o medicamento pode ser um aliado, mas nunca deve substituir as mudanças de hábito. Quando bem indicado e monitorado, ele pode ajudar muito. Mas, usado de forma irresponsável, pode se tornar um problema ainda maior que o excesso de peso”, finaliza a endocrinologista.
Sobre a Afya
A Afya, maior hub de educação e tecnologia para a prática médica no Brasil, reúne 38 Instituições de Ensino Superior em todas as regiões do país, 33 delas com cursos de medicina e 20 unidades promovendo pós-graduação e educação continuada em áreas médicas e de saúde. São 3.653 vagas de medicina autorizadas pelo Ministério da Educação (MEC), com mais de 23 mil alunos formados nos últimos 25 anos. Pioneira em práticas digitais para aprendizagem contínua e suporte ao exercício da medicina, 1 a cada 3 médicos e estudantes de medicina no país utiliza ao menos uma solução digital do portfólio, como Afya Whitebook, Afya iClinic e Afya Papers. Primeira empresa de educação médica a abrir capital na Nasdaq em 2019, a Afya recebeu prêmios do jornal Valor Econômico, incluindo “Valor Inovação” (2023) como a mais inovadora do Brasil, e “Valor 1000” (2021, 2023 e 2024) como a melhor empresa de educação. Virgílio Gibbon, CEO da Afya, foi reconhecido como o melhor CEO na área de Educação pelo prêmio “Executivo de Valor” (2023). Em 2024, a empresa passou a integrar o programa “Liderança com ImPacto”, do pacto Global da ONU no Brasil, como porta-voz da ODS 3 – Saúde e Bem-Estar. Mais informações em http://www.afya.com.br e ir.afya.com.br