Deputado licenciado será investigado pelos crimes de coação, obstrução de investigação e abolição violenta do Estado Democrático de Direito
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Redação Terra
Moraes retira sigilo de pedido da PGR para investigar Eduardo Bolsonaro:
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O deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) vai ser investigado pela sua atuação nos Estados Unidos contra autoridades brasileiras. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aceitou o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e a abertura de um inquérito.
Entenda abaixo o caso em cinco pontos:
Por que STF vai investigar Eduardo Bolsonaro?
Eduardo será investigado pelos crimes de coação, obstrução de investigação e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Na denúncia, a PGR diz que, desde o início do ano, Eduardo disse publicamente que está se dedicando a conseguir a imposição de sanções dos Estados Unidos contra ministros do STF, além de funcionários da PGR e da Polícia Federal, “pelo que considera ser uma perseguição política a si mesmo e a seu pai”.
Em março, a Primeira Turma decidiu por unanimidade tornar réus o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete aliados por tentativa de golpe de Estado em 2022. Segundo a PGR, as manifestações de Eduardo estão se tornando mais intensas à medida que o inquérito do golpe avança.
Quais provas foram apresentadas contra Eduardo?
O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), que protocolou representação criminal contra Eduardo, afirmou que salvou conteúdo publicado por Eduardo nas redes sociais e que o deputado licenciado criou provas contra si mesmo. O pedido de investigação da PGR foi baseado na representação apresentada pelo líder do PT na Câmara.
“Não adianta apagar vídeos, não adianta apagar tuítes, porque a gente já foi coletando todo esse material, que eu acho que é um material de prova. Na verdade, o Eduardo Bolsonaro se autoincrimina”, disse.
“Quem vê os vídeos dele, a gente viu todos os vídeos, é muito claro o propósito, o tom dele de ameaça, tentativa de intimidação. É assim que ele age. Então está muito claro. Eu acho que ele, em todos aqueles vídeos, conseguiu construir provas contra ele próprio”, acrescentou.

Eduardo Bolsonaro durante discurso no CPAC, em fevereiro de 2025
Foto: Divulgação/Gage Skidmore
Como será feita a investigação?
Moraes determinou que a Polícia Federal (PF) colha depoimentos de Eduardo, Jair Bolsonaro e Lindbergh. O ministro pediu ainda que o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, indique autoridades diplomáticas brasileiras nos Estados Unidos aptas a prestar os esclarecimentos solicitados pela PGR.
Moraes permitiu que Eduardo preste seus esclarecimentos por escrito e que seja notificado por e-mail, já que se encontra fora do Brasil.
De acordo com o ministro, Bolsonaro deve depor por ser “diretamente beneficiado” pela conduta do filho e já ter dito ser o responsável por mantê-lo financeiramente nos Estados Unidos.
Por que Moraes tirou o sigilo da investigação?
Moraes havia determinado que a investigação corresse em sigilo e derrubou a medida horas depois. Segundo ele, “na presente hipótese, não há justificativa para manutenção do sigilo”.
A investigação sobre a suposta tentativa de golpe de Estado no Brasil também corria em sigilo e teve os autos do processo tornados públicos em novembro de 2024. O sigilo é muito utilizado na fase investigatória de processos penais quando há a necessidade de preservação de provas.
Como Eduardo reagiu à abertura do inquérito?
‘Brasil vive um regime de exceção’, diz Eduardo Bolsonaro após pedido de investigação da PGR:
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Em vídeo publicado no X, Eduardo Bolsonaro se manifestou sobre a abertura de inquérito. Ele afirmou que a PGR deu “mais um tiro no pé” e que o Brasil “vive num Estado de exceção”.
“Antes eu era chacota, hoje sou ameaça à democracia. Nos subestimaram e só recentemente acordaram para a gravidade das consequências –por isso estão batendo cabeça. (…) Hoje o PGR deu mais um tiro no pé e confirmou o que sempre alertei: Brasil vive num Estado de exceção. E ainda botam mais pressão para Moraes e cia. serem sancionados”, declarou.