Quem é Celsinho da Vila Vintém, fundador da ADA que volta a ser preso

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Quando deixou a cadeia, há pouco mais de dois anos, Celsinho disse que não voltaria a praticar crimes. Nesta manhã ele foi localizado, detido por agentes da Polícia Civil e levado para a Cidade da Polícia, no Jacarezinho, após investigações apontarem que ele estava se aliando a chefes do CV para promover disputas territoriais e retomar comunidades de Santa Cruz, ainda na Zona Oeste, que estão atualmente sob influência da milícia.

Como O GLOBO mostrou, em dezembro do ano passado, um relatório da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) aponta que criminosos do CV tentam cercar o Complexo de Gericinó, conglomerado de 22 unidades prisionais localizadas na Zona Oeste do Rio de Janeiro. O objetivo da facção seria tomar os bairros próximos para formar um cinturão ao redor das unidades, onde estão custodiados os principais chefes do grupo criminoso. Essas áreas são utilizadas para práticas ilícitas, como arremesso de drogas e de celulares para dentro das prisões, e podem servir como instrumento para facilitar possíveis fugas.

Para consolidar o domínio da região, os traficantes do CV teriam a ajuda de uma antiga facção rival, a ADA. Segundo o relatório, os criminosos do CV são apoiados por um grupo denominado Tropa do Celso, em referência a Celsinho da Vila Vintém.

Atualmente, Celsinho se apresenta nas redes sociais como empresário do ramo de carne suína, alegando ter uma fábrica dentro da comunidade onde cresceu. Em vídeos compartilhados na rede social, afirma ser o produtor da “melhor” carne suína da cidade.

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Apesar de não ter cargo na Unidos de Padre Miguel, no período em que estava em liberdade, Celsinho era isto na quadra da escola, ao lado de sua esposa, Deise Mara de Sousa Rodrigues. Neta do casal, Lara Mara Rodrigues da Costa, de 19 anos, é diretora de carnaval da agremiação. No ano passado, a agremiação voltou à Série Especial do carnaval, mas ficou pouco no grupo, voltando à Série Ouro ao ficar como a última colocada entre os desfiles deste ano.

Caça-níqueis na Vila Vintém

O laço entre o contraventor Rogério Costa de Andrade e Silva e Celsinho da Vila Vintém é mais estreito do que se imagina, mostrou o blog Segredos do crime, do GLOBO, em dezembro do ano passado. Frequentador assíduo da quadra da Mocidade Independente de Padre Miguel, cujo patrono é Rogério Andrade, Celsinho tem acordos com o bicheiro. Ele é o responsável por autorizar a presença de máquinas caça-níqueis na comunidade vizinha da escola de samba. Essas informações constam em um relatório sigiloso do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio (MPRJ).

Celsinho começou na vida do crime promovendo assaltos a caminhões de carga na Avenida Brasil. As mercadorias roubadas eram distribuídas para moradores da Vila Vintém, o que fez com que se tornasse querido na comunidade. Em meados da década de 90, ele assumiu o controle do tráfico na região.

O traficante foi preso pela primeira vez em 1990. Seis anos depois, foi novamente capturado. Em 1998 fugiu vestido de policial militar do Hospital Penitenciário Fábio Macedo Soares. Em 2002, foi preso mais uma vez.

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Quando ficou mais de 20 anos preso, Celsinho cumpriu pena por tráfico de drogas, formação de quadrilha e homicídios.

A prisão de Celsinho da Vila Vintém foi no âmbito da Operação Contenção, que visa a conter e atacar o avanço territorial do CV na Zona Oeste do Rio. O principal objetivo é desarticular a estrutura financeira, logística e operacional da organização criminosa, além de prender traficantes que atuam na região. Desde que a ação foi deflagrada, já foi solicitado bloqueio de mais de R$ 6 bilhões em bens e valores da facção criminosa.