O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, voltou a negar nesta terça-feira (29) que tenha sido omisso diante das denúncias de fraudes em descontos a título de mensalidade associativa em aposentadorias e pensões pagas pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). “Se tem quadrilha aqui, eu te garanto que não é nossa”, afirmou, em audiência Câmara dos Deputados.
“Eu agi, eu demiti um diretor, eu instalei uma apuração. A gente não está parado, estamos agindo bastante”, acrescentou o ministro.
Lupi participa nesta tarde de uma audiência pública na Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família. A reunião já estava prevista para apresentação da agenda estratégica do ministério para os próximos anos. Porém, com a investigação deflagrada pela Polícia Federal (PF) na semana passada, o principal assunto está sendo sobre os descontos ilegais das mensalidades associativas.
A Operação Sem Desconto, deflagrada pela PF e pela Controladoria-Geral da União (CGU), revelou um esquema que pode envolver até R$ 6,3 bilhões em desvios em aposentadorias e pensões de beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Segundo as investigações, 11 associações são suspeitas de descontar valores de mensalidades dos aposentados sem a autorização deles. Cinco funcionários do INSS foram afastados, entre eles o então presidente do órgão, Alessandro Stefanutto, indicado para o cargo por Lupi.
O ministro também voltou a defender que os culpados pelas fraudes sejam punidos. “Preparem-se que vai para cadeia toda essa gentalha marginal, inclusive quem está atrás deles, os mentores. Cadeia para quem roubou dinheiro público”, afirmou.