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Trabalhador Doméstico no Pará: 90% sem carteira assinada

O trabalho doméstico no Brasil, especialmente no Estado do Pará, revela uma realidade de desafios sociais e econômicos persistentes. No Estado, aproximadamente 210 mil pessoas estão ocupadas nesta categoria, o que representa 5,3% da população total de trabalhadores. Esse cenário reflete a predominância do trabalho doméstico em uma grande parte das residências, sendo uma ocupação majoritariamente feminina e marcada por precarização, longas jornadas e baixos salários. A legislação brasileira, que garante direitos como horas extras, FGTS e seguro-desemprego desde a Emenda Constitucional nº 72 de 2013, ainda não é amplamente aplicada, deixando muitos trabalhadores sem os benefícios devidos.

De acordo com o DIEESE/PA, no 4º trimestre de 2024, o estudo revelou dados sobre a distribuição dos trabalhadores domésticos no Estado do Pará, na Região Norte e no Brasil, destacando que, enquanto a formalização continua a ser um grande obstáculo, a maioria dos trabalhadores domésticos ainda não possui registro em carteira, privando-os de direitos fundamentais.

Panorama Nacional e Regional

No Brasil, em outubro-dezembro de 2024, havia aproximadamente 103,8 milhões de pessoas ocupadas, sendo que 5,9 milhões (5,7%) estavam no trabalho doméstico. Na Região Norte, 8,4 milhões estavam ocupados, e 462 mil (5,4%) eram trabalhadores domésticos. No Estado do Pará, dos 3,9 milhões de ocupados, 210 mil (5,3%) estavam nessa categoria.

Local Total de Ocupados (mil) Trabalhadores Domésticos (mil) % do Total
Estado do Pará 3.989 210 5,3%
Região Norte 8.479 462 5,4%
Brasil 103.818 5.932 5,7%

Fonte: PNAD/Continua/IBGE | Análise e Elaboração: DIEESE/PA

O estudo revelou também que, no comparativo com o 4º trimestre de 2023, houve um recuo nacional de 1,7%, com 105 mil trabalhadores domésticos a menos. Contudo, na Região Norte e no Estado do Pará, houve aumentos de 4,3% e 2,4%, respectivamente, no número de trabalhadores domésticos.

Local 4º Trimestre 2024 (mil) 4º Trimestre 2023 (mil) Variação (%)
Estado do Pará 210 205 +2,4%
Região Norte 462 443 +4,3%
Brasil 5.932 6.037 -1,7%

Fonte: PNAD/Continua/IBGE | Análise e Elaboração: DIEESE/PA

Desafios Regionais e Sociais

Na Região Norte, o Estado do Pará concentra 45,5% dos trabalhadores domésticos da região, com 210 mil pessoas. Outros estados como Amazonas e Rondônia ocupam posições de destaque, com percentuais de 16,0% e 13,6%, respectivamente.

Local Trabalhadores Domésticos (mil) % do Total na Região Norte
Pará 210 45,5%
Amazonas 74 16,0%
Rondônia 63 13,6%
Outros 24,9%

Fonte: PNAD/Continua/IBGE | Análise e Elaboração: DIEESE/PA

Em relação ao gênero, 93,8% dos trabalhadores domésticos no Pará são mulheres, com os homens representando apenas 6,2% da categoria.

Gênero Trabalhadores Domésticos (mil) % do Total
Masculino 13 6,2%
Feminino 197 93,8%

Fonte: PNAD/Continua/IBGE | Análise e Elaboração: DIEESE/PA

Idade e Jornada de Trabalho

A maior parte dos trabalhadores domésticos no Pará tem entre 30 e 49 anos, com 62 mil pessoas (29,5%) na faixa de 40 a 49 anos e 47 mil (22,4%) entre 30 a 39 anos.

Além disso, uma significativa parte desses trabalhadores ultrapassa as 44 horas semanais de trabalho, com 28 mil trabalhadores domésticos (mais de 13% do total) superando essa carga horária.

Faixa Etária Trabalhadores Domésticos (mil) % do Total
14 a 17 anos (*)
18 a 24 anos 27 12,9%
25 a 29 anos 15 7,1%
30 a 39 anos 47 22,4%
40 a 49 anos 62 29,5%
50 a 59 anos 37 17,6%
60 anos ou mais 18 8,6%

Fonte: PNAD/Continua/IBGE | Análise e Elaboração: DIEESE/PA

Formalização e Direitos Trabalhistas

A informalidade ainda é um grande obstáculo para os trabalhadores domésticos. Em 2024, aproximadamente 87,2% dos trabalhadores domésticos na Região Norte estavam sem carteira assinada. No Pará, esse número chega a 90,5%.

Local Trabalhadores Domésticos (mil) Sem Carteira Assinada (mil) % Sem Carteira
Pará 210 190 90,5%
Rondônia 63 56 88,9%
Roraima 15 13 86,7%
Amazonas 74 63 85,1%
Outros

Fonte: PNAD/Continua/IBGE | Análise e Elaboração: DIEESE/PA

Conclusão

O estudo revela a fragilidade da situação dos trabalhadores domésticos no Brasil, especialmente no Estado do Pará. Embora a legislação tenha avançado, ainda há muitos desafios para garantir direitos fundamentais, como o registro em carteira de trabalho, acesso a benefícios sociais e a melhoria das condições de trabalho.

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